sexta-feira, 23 de abril de 2010

O COMPORTAMENTO DA CRIANÇA – ALGUMAS CONSIDERAÇÕES…



Se é Pai, Mãe ou agente educativo certamente, já se deparou com situações de irrequietude, birras ou até com alguns episódios de agressividade, por parte da criança. Estas situações fazem parte do desenvolvimento e da sua aprendizagem comportamental.

As crianças estão constantemente a testar os adultos, pelo que estes devem saber transmitir ordens de forma firme e consistente. As ordens devem ser claras e objectivas, para que a criança entenda claramente o que lhe está a ser pedido.

Os Pais, bem como, outros agentes educativos devem reforçar de modo positivo os comportamentos da criança. Chama-se a isto – Reforço Positivo.

Este traduz-se na aplicação de um elemento reforçador/recompensa sempre que a criança manifesta um comportamento desejado, devendo por isso ser imediato e transmitir entusiasmo. Pode assumir várias formas: Verbal (Elogios: “Boa”, “Fantástico”, “Estou muito orgulhoso de ti”) e Material (Guloseima, ir andar de bicicleta, escolher o menu do jantar, etc.).

Os Pais ao reforçarem positivamente os comportamentos adequados estão a contribuir para aumentar a probabilidade destes ocorrerem, bem como, estão a promover a auto-estima da criança.

Já quando se quer o oposto, isto é, quando os pais querem diminuir a ocorrência de um mau comportamento deverão aplicar reforços negativos. Estes consistem em retirar à criança algo que seja significativo para ela, pois só assim irá entender as consequências do seu comportamento (ex. ir para a cama mais cedo, retirar a televisão do quarto, o computador, etc.).

Convém, ainda lembrar que os Pais devem fazer um esforço para ignorar comportamentos negativos, com vista, à redução dos mesmos. Contudo, a forma como a criança aprende a comportar-se depende muito dos modelos familiares, dos estilos e práticas parentais.

Os Pais devem evitar estilos e práticas demasiado autoritárias “Eu quero, posso e mando”, onde existe valorização rigorosa da disciplina associada frequentemente, a expressões de autoridade/agressividade/humilhação - “Tem que ser como eu mando/ quero e não há mais conversa!”; “Mas quem é que manda aqui?!”; “Não faças aquilo que eu te digo que depois vais ver…!”; Expressões de humilhação ou chantagem - “Se não te portas bem não gosto mais de ti!”; Expressões de Critica - “És sempre a mesma coisa!”; “Não sabes fazer nada sozinho/a!”, etc. Este tipo de postura vai gerar um clima de tensão e uma reduzida troca de opiniões e afectos, levando à fragilização da auto-estima da criança.

Nesta sequência, procure adoptar uma postura mais democrática. Comunique, modele, seja positivo e assertivo. Promova a utilização de expressões de ânimo e de estímulo - “Estou convicto que serás capaz de modificar o teu comportamento!”; “Confio em ti para realizar esta tarefa…!”; Expressões de Carinho, Tonalidade Positiva e Aprovação Incondicional, tais como: “O Pai e a Mãe adoram-te/ Amam-te muito!”; “Sabes que poderás contar sempre com o nosso apoio…”; “Sabes que posso ajudar-te! Queres contar-me o que sentes/ o que se passou…”; “Mesmo que o resultado não tenha sido o esperado, sei que te esforçaste e isso para mim já foi muito importante!”;

Em suma, e à semelhança de outros aspectos na nossa vida, nas questões de regulação comportamental é fundamental conta, peso e medida, e estarmos conscientes que as nossas atitudes e comportamentos estão na base da aprendizagem do comportamento da criança.